Ai quem me dera poder ser o sol

A maior estrela solar

Na praia pescar com anzol

Na areia todo o dia morenar.

 

Ai quem me dera ser a lua

No céu a noite iluminar

Ai quem me dera passear na rua

Ai quem me dera ver o luar.

 

Helena Silva, 8º A

Concurso "Magia da Palavra" - vencedores  2º e 3º ciclos

 

Um amor impossível
 

Querido diário:


Acordo todos os dias na esperança de a ter ao meu lado. Mas sei que não posso, porque ainda tenho 10 anos. Adorava ter mais de 18 anos para poder viver com quem quero realmente. O meu pensamento recorda aquele verão em que a conheci: cabelos longos e negros, olhos brilhantes da cor do céu correndo em direção ao vento. Parecia perdida e assustada. De que fugia? Disse-me que se tinha perdido da família e que não conhecia a cidade. Logo, ofereci ajuda, agarrei-lhe a mão gelada e trémula.

Acalmei-a um pouco e escutei a razão pelo qual se tinha perdido. Estava na cidade à poucas horas, vinha visitar os avós que nunca conhecera, quando se perdeu dos pais em plena viagem de comboio.

Depois de me apresentar perguntei-lhe o nome. «Rita», respondeu-me. Rita! Que nome bonito! Quase me esqueci que a miúda tinha um problema!

Dirigimo-nos à estação, pois seria o local mais provável de encontrar os pais. Depois de caminharmos lado a lado, durante uma hora, arranquei-lhe um sorriso. Contei-lhe umas piadas giras para a animar. Parecia um tonto apaixonado, foi amor à primeira vista! Sabia que não era correto, mas desejava que ela não encontrasse a família tão cedo.

Quando chegamos à estação, dirigimo-nos à bilheteira, contamos o sucedido, mas de imediato, os pais apareceram e correram em direção a Rita com lágrimas nos olhos.

Missão cumprida! Já não estava ali a fazer nada, era um estranho. Então, sem me despedir, virei as costas e pus-me a caminho de casa.

Pensava que este meu amor não passaria de uma ilusão, e que provavelmente passava, mas o desejo de a ver era cada vez maior. Se o destino o permitir, irei cruzar-me com a minha bela amada, mas se ele não quiser, vou voltar a ser um miúdo com mais uma aventura para contar.

Querido diário, despeço-me um pouco triste, vou jogar uma partida de futebol para me distrair.

Adeus.


Luís Lima nº13 5ºB

 

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Um Amor Impossível

 

           

            Sara era uma bela adolescente. Tinha uns longos cabelos loira, uns grandes olhos verdes e era das melhores alunas daquele liceu. Todas as sextas-feiras, os alunos daquele ano organizavam uma noite á volta da fogueira para juntos se divertirem. Nos primeiros tempos, Sara não faltava a nenhuma dessas noites. Ela namorava com o rapaz mais popular da escola, Gustavo, e por isso, eram sempre o centro das atenções. Tudo corria bem a Sara e ela achava que era feliz, mas um dia algo aconteceu. Na aula de Biologia, o professor propôs que fizessem um trabalho em pares. A Sara ficou cm o Salvador. O Salvador era um rapaz que não tinha muitos amigos e não se integrava como os outros rapazes da sua idade. Quando o professor disse em pares, Sara ficou logo aborrecida porque não queria ficar com aquele “anormal”. Salvador também não gostou da ideia de ter como companheira de trabalho a “betinha” do liceu, logo decidiu “infernizar” a vida daquela rapariga.

            Sara adorava jogar ténis. Ela era uma das melhores jogadoras e se continuasse assim, teria uma bolsa garantida para a melhor universidade do país. Dedicava-se ao ténis a cem por cento.

            Embora não gostasse da ideia, como tinha de fazer o trabalho, começaram a passar mais tempo juntos. Com o passar do tempo, passaram a encontrar-se não só para trabalhar mas também para se divertirem, Iam jogar bowling, pregavam partidas um ao outro,….

            Sara começou a ficar cada vez mais curiosa em relação á vida de Salvador. Quando ela lhe perguntou onde vivia, ele mentiu e disse-lhe que morava numa casa grande e com um alpendre. Disse-lhe ainda que tinha muitos irmãos e irmãs.

            Um dia, Sara, com a desculpa de que queria falar sobre o trabalho de Biologia, foi ter com o Salvador àquela casa que ele lhe tinha dito ser sua. Quando bateu á porta apareceu-lhe um homem, ela pensou logo que seria o pai do Salvador. Perguntou-lhe por ele, mas o homem ficou perplexo e disse-lhe que se tinha enganado porque ele não vivia nenhum Salvador. Quando esteve de novo com o Salvador, confrontou-lhe, mas ele ficou sem palavras e mudou de conversa. Ela achou aquilo muito estranho. A partir desse dia, as coisas ficaram diferentes. Ele afastou-se.

            Sara apercebeu-se que se tinha afeiçoado muito a Salvador e que não conseguia viver sem ele. Nessa semana, o Salvador faltou ás aulas todos os dias e ela, a cada dia que passava, ficava mais triste. O seu aproveitamento escolar piorava de dia para dia e até no ténis as coisas mudaram; ela já não jogava com a mesma paixão.

            Quando regressou ás aulas, Salvador confessou a Sara que tudo aquilo que lhe estava a acontecer era por sua causa. Tudo aquilo fazia parte de um plano seu. Sara ficou desolada, pois, no fundo, sabia que se tinha apaixonado por ele e que ele só queria fazê-la sofrer. Desde esse dia, Salvador passou a evitar estar com Sara, o que a deixava ainda mais desanimada.

            Um dia, Sara encontrou no casaco de Salvador, uns comprimidos. Achou estranho e decidiu investigar. Depois de alguma pesquisa, concluiu que seriam para a depressão e preocupada com a saúde do Salvador, perguntou-lhe o que se passava com ele: Ele contou-lhe a verdade. Tinha cancro e já não tinha muito tempo de vida. Depois de ficar a saber isto, Sara correu para casa. Sentia-se angustiada, pois não sabia o que fazer. Embora não admitisse a ninguém, Sara tinha mesmo uma secreta paixão por Salvador.

            No dia seguinte, Sara foi ter com Gustavo para acabar tudo com ele. Ele perguntou-lhe o motivo, mas ela não lhe soube responder. Mal terminou com Gustavo, foi logo ter com Salvador. Ele disse-lhe que não podia aceitar o seu amor porque não queria que ela sofresse. Salvador também gostava dela, mas aquele amor era impossível pois ele tinha pouco tempo de vida. Mesmo consciente disso, Sara pediu-lhe que aproveitassem juntos os momentos que ainda lhe restavam. Ele aceitou.

            Passados alguns meses, Salvador morreu. Sara nunca esqueceu aquele amor; nunca mais conseguiu encontrar outro que a fizesse tão feliz.

 

Joana Filipa Batista Alves

7º A nº 15